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17.09.2018
Destacamos, dentre as mais de 20 palestras, resumos dos temas abordados abaixo:
ATUÁRIO FRENTE À ERA DO COMPARTILHAMENTO SOB A ÓTICA DOS ÓRGÃOS REGULADORES
A Plenária Coletiva do 12º Congresso Brasileiro de Atuária teve como tema “O Atuário frente à Era do Compartilhamento Sob a Ótica dos Órgãos Reguladores” e contou com a participação de três palestrantes: Carlos Alberto de Paula, da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Christian Aggensteiner Catunda, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Washington Oliveira Alves, da Agência Nacional de Saúde. As palestras foram mediadas pela presidente em exercício do IBA, Luciana Bastos.
O diretor de Supervisão de Conduta da SUSEP, Carlos Alberto de Paula, abriu a coletiva falando sobre os desafios que o Brasil tem diante da necessidade de se reposicionar considerando as mudanças nos indicadores sociais, como a queda de natalidade e o envelhecimento da população. Ele ressaltou a importância da atuação do atuário neste novo cenário e falou também da atuação da SUSEP. “O órgão tem se preparado muito para esse novo Brasil que vem saindo de uma crise”, disse.
Na sequência, o diretor de Orientação Técnica e Normas da Previc, Christian Aggensteiner Catunda, explicou ao público como o órgão vem atuando. Ele apresentou temas como mudanças na regulação, alteração na conjuntura de ativos e passivos, melhorias nos métodos de supervisão e o resultado dessas melhorias no trabalho do atuário.
A mudança dos indicadores sociais, também foi um tema abordado por Carlos Alberto. O palestrante reforçou que o mercado atual exige do atuário uma atuação mais multidisciplinar. “O atuário está deixando de lado o papel de ‘decisor’ para assumir o de consultor, definiu.
O gerente de Habilitação, Atuária e Estudos de Mercado da ANS, Washington Oliveira Alves, foi o último a se apresentar. Em sua fala, abordou a importância do olhar mais racional do profissional de atuária para o setor de saúde. “É um setor extremamente desafiador. Temos desafios típicos do nosso país e desafios nos quais o atuário é indispensável”, disse.
TRANSFERÊNCIA DE RISCOS DA EFPC PARA SEGURADORES
O painel “Transferência de Riscos da EFPC para Seguradores”, foi ministrado por Antônio Fernando Gazzoni, membro do Conselho Nacional de Previdência Complementar e por Sergio Rangel Guimarães, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O diretor do IBA João Marcelo Carvalho mediou o debate.
Antônio Fernando Gazzoni trouxe dados sobre seguros privados de outros países e destacou o panorama brasileiro de contratação de seguros e planos de previdência, diante do aumento de expectativa de vida e mudanças socioeconômicas. “Temos que descer dos nossos pedestais e circular”, alertou à plateia de atuários.
Já Sérgio Rangel destacou que a “morte e invalidez são riscos ofertados que geram benefícios” e que, por isso, é imprescindível calcular os riscos para as seguradoras. O Salão Angra dos Reis recebe, neste momento o palestrante Flick Fornia, que fala sobre “Segurança Global em Planos de Aposentadoria”.
O Painel “Revolução 4.0 na Precificação da Saúde” foi ministrado pela Atuária Raquel Marimon, presidente da Strategy, empresa especializada em data analytics para operações de planos de saúde, levou um questionamento ao público: “O que é valor em saúde?”. Na opinião da atuária, “preço deve ser consequência do valor que se entrega e não de quem tem mais poder na negociação”.
Raquel falou ainda sobre as razões que levam ao aumento dos custos e sobre valores de novas tecnologias de detecção e tratamento de doenças. “A tecnologia não melhorou a qualidade do atendimento”, avaliou.
Em seguida, o atuário e mestre em economia José Antônio Lumertz apresentou um filme que mostrava a evolução da saúde da população mundial desde 1810, associando expectativa de vida a fatores econômicos.
Ele falou sobre os impactos do envelhecimento da população, expectativa de vida e sobre a necessidade de se investir em prevenção. “Temos que investir em programas de qualidade de saúde e vida ativa. Temos que incentivar as pessoas a se cuidarem mais, não a gastarem com despesas de saúde”.
Metodologia de cálculo de planos de saúde foi outro tema abordado pelo palestrante, que falou das perdas sofridas pelas operadoras.
O Painel Integração SOA x Comitê Regional da América Latina x IAA”, que teve a participante de representantes da Society of Acturies (SOA) e da International Actuarial Association (IAA). Thomas S. Terry falou para a plateia em nome do IAA, enquanto Lisa Kuklinsky abordou a missão da SOA.
Thomas destacou que, desde a crise financeira americana em 2007 e 2008, os 20 países mais influentes economicamente do mundo (G-20) refletiram sobre o que ele chamou de “rede de contágio” e destacou que os modelos de atuação são implantados para melhorar a competência global.
Ele ressaltou, no entanto, a importância de respeitar as especificidades e cultura de cada lugar. “Os atuários não terão as mesmas questões de um país para o outro, mas tem convergências para seus líderes conversarem e aprenderem uns com os outros”, adverte.
Já Lisa Kuklinsky, vice-presidente do Comitê da América Latina pelo SOA, destacou o trabalho de educação e pesquisa da instituição e o papel imprescindível do atuário na sociedade.
“Os atuários são profissionais de alta demanda e devem ser vistos como trunfos para empregadores. Estes profissionais não devem só ser bons matemáticos, é importante também que eles tenham uma boa comunicação para prover soluções aos empregadores, para que atuários possam ser profissionais que atuem na linha de frente de métodos que estão em evolução”, disse Lisa.
O Painel abordou a relação entre “O Atuário e o Regime Disciplinar das Seguradoras e EFPCs”. Os palestrantes Flávio Martins Rodrigues e João Marcelo Santos deram dicas para os participantes adotarem procedimentos que não impliquem em sanções por irregularidades, mas que também não onere as seguradoras e fundos de pensão. O diretor do IBA João Marcelo Carvalho foi o moderador da palestra.
Especialista em Fundos de Pensão, Flávio Rodrigues destacou que o país vive um ambiente de desequilíbrio institucional e, por isto, há necessidade de maior cuidado na atuação dos gestores e técnicos das EFPC. O palestrante recomenda investimento em atividade multidisciplinar para obter maior conhecimento e evitar equívocos e consequentes sanções.
Já João Marcelo Santos destacou a supervisão da Susep e a atuação do IBA para evitar que as seguradoras fiquem amarradas às normas e obtenham prejuízo. “Há risco dos atuários serem punidos pela Susep. Mas, por outro lado, IBA se tornou um órgão de consulta técnica e tem uma função muito importante para o atuário. Aliás, hoje o IBA auxilia muito a Susep no exercício da supervisão”, conclui.
Como pode-se verificar, os temas foram abrangentes e refletem os novos tempos da profissão do atuário, frente à todas as mudanças que estão ocorrendo no mundo.
Carlos Henrique Radanovitsck - Equipe Atuarial