ÁREA DO ASSOCIADO
CPF:
SENHA:
RECUPERAR SENHA
28.12.2013
Prezados associadas e associados ANBERR:
Estamos próximos de entrar em um novo ano, o de 2014, e nesta época sempre somos levados a pensar e repensar em nossas atitudes e condutas praticadas no ano que se vai. Tenho assistido diversas manifestações de descontentamento em relação à classe política dirigente de nosso país, e a maioria delas consiste em críticas sobre a corrupção, os conchavos, a falta de respeito com as pessoas e pergunto-me como chegamos a esta situação?
Tenho sempre presente que nesta curta vida que dispomos somos sempre responsáveis pelas escolhas que fizemos e somos livres para fazê-las, pouco importando as consequências que estas opções nos trarão, e como seres livres e racionais temos o dever de pesar cada uma delas, avalia-las e decidir sobre como agir.... e o agir senhoras e senhores, sempre deve ser pautado por princípios e valores caros a todos nós. O que nos remete ao questionamento de quais são os valores que realmente preservamos e damos primazia?
Vejam que princípios nos fazem ser o que somos e nos obrigam, de forma autônoma, a crer e a defender algumas coisas.... E ao ver nosso país em seu quotidiano, vejo pessoas que criticam os corruptos e a falta de respeito ao povo, passar em sinais fechados arriscando a atropelar pedestres; Vejo velhos, velhas e grávidas viajarem em pé em coletivos porque ninguém cede o se lugar sentado; Vejo discursos politiqueiros inflamados tentando conquistar emocionalmente as pessoas, e estes mesmos oradores negociando em conchavos na madrugada escura.... Então, de fato, o que é verdadeiro nestas críticas? Nada, porque somos o que fazemos e como agimos, não o que falamos e discursamos. Quando defendemos alguém contra algo injusto esta defesa deve, necessariamente, se dar no mundo concreto e sem qualquer cálculo sobre o que estamos perdendo ou poderemos perder de benesses do poder ou gestor constituído ao fazê-lo, porque é justamente este cálculo interesseiro individual e egoístico que mantém e reproduz toda esta sujeira que aí está. Portanto, a mudança começa por nós mesmos e não pensem que dinheiro, funções e poder é a melhor coisa a se fazer para quem amamos e nos é importante, pois ao fazermos isto estaremos condenando-os à escravidão de valores irrisórios e desimportantes, e ninguém é feliz sem valores importantes.
A mudança começa - e é possível - iniciando por nós mesmos!!!! Então não nos contentemos com elogios ou bajulações, não nos contentemos com a falsa idéia de que toda a porcaria que aí está não tem solução, porque esta porcaria toda não é natural e foi criada por seres humanos e, como tal, pode e deve ser modificada a qualquer momento. Não creiam que uma porcaria é aceitável porque o passado foi pior, porque pensar desta forma é a rendição total e escolher a escravidão de nossas vontades livres ,condenadas à inação e à impossibilidade de mudar. Não acreditem que vocês não podem fazer diferente de tudo o que aí está, porque se vocês prestarem bem atenção verão que aqueles que nos discriminam e nos oprimem são absolutamente covardes e temem toda e qualquer alteração do status quo.
Tudo de ruim que aí está hoje pode e deve ser modificado, mas para isto é preciso que nos balizemos em algumas diretrizes, e quais seriam elas? O que nos falta para realizarmos o melhor? O que perdemos ou deixamos de aprender? Qual a importância que damos à necessidade de outro ser humano? O poder e o dinheiro são, de fato, tão importantes para que sejamos verdadeiramente felizes ou são meras ilusões e tentativas daqueles que se sentem inferiorizados e, por esta razão, infelizes e medíocres? Aonde chegaremos reproduzindo estes valores vazios e estéreis? É disto de que somos constituídos e é para isto que estamos aqui? Que relevância ainda tem para nós um abraço de um amigo quando estamos necessitados? Uma crítica sincera quando nos desviamos do caminho? Nenhuma?
Estou convicto, e respeito opiniões contrárias, de que todos nesta vida buscam a felicidade, querem ser amados e amar também, procuram por relações verdadeiras e de profundidade e não mera aparência para impressionar a outrem, e se for correto pensar que ser feliz é viver segundo alguns princípios e se nos importamos com quem gostamos, e queremos que sejam felizes, devemos tentar ensinar alguns princípios, a questão se resume a que princípios julgamos ser relevantes.
Não creio em líderes pois se assim o julgasse teria que admitir a incapacidade dos meus iguais e isto seria absolutamente falso, creio sim, e isto é uma concepção de ser humano, que todos são capazes de fazer coisas boas e mudar o que aí está e tudo começa em acreditar que cada um de nós é capaz de fazê-lo. Creio que para mudar tudo de errado que ocorre é preciso começarmos por nós mesmos, em nosso quintal, em nossa casa, em nossas relações mais próximas, da maneira que trato e me relaciono com o zelador de meu prédio, o porteiro e segurança da caixa, o ascensorista, o entregador de jornal, o carteiro, cobrador e motorista de ônibus e a criança deitada na rua chapada por crack. Se importar caras amigas e caros amigos, sem esperar nada de volta, nenhuma benesse, nenhuma vantagem, nem mesmo a divina promessa do paraíso.
Amar é cuidar, é estar junto, é criticar quando for necessário, é nada falar quando um simples abraço já diz tudo, é respeitar as diferenças de opiniões e convicções expressas de forma sincera, é ver no outro, em cada outro uma parte de nós mesmos, o que poderíamos ou deveríamos ser e só não o somos pela razão que andamos mais depressa ou demoramos mais um pouco no trajeto, e entender que fizemos e percorremos o caminho dentro de nossas possibilidades e que não poderíamos ter feito diferente. Amar também saber se perdoar e reconhecer nossas limitações e finitudes, afinal, há muitas pessoas que nos amam e nos querem bem mesmo conscientes de nossas falibilidades, e há generosidade maior do que esta? Um afeto maior?
Que nesta noite de 31 de dezembro de 2013 sejamos capazes de nos perdoar por nossas finitudes e equívocos e que tenhamos a consciência de que, mesmo sendo absolutamente imperfeitos, fizemos o que podemos pelas pessoas a quem amamos, e que esperemos delas a magnanimidade de nos perdoarem por nossos erros e por não termos sido tão bom quanto elas gostariam que nós fossemos. Que possamos dizer para elas o quanto elas são importantes para nós , o quanto elas nos fazem bem e é bom saber que elas estão ao nosso lado e desejar que em 2014 nada disto mude, nem os defeitos, nem as imperfeições e nem as nossas tentativas desesperadas de sermos melhores para cada um e todos de quem gostamos.
Desejar um feliz 2014 a vocês é o mesmo que desejar um feliz novo ano para mim mesmo, porque também quero ser feliz, também não quero perder a ninguém que amo e, também quero tentar melhorar como indivíduo, e sei que vocês me auxiliarão nisto, e o sei porque sei que não estou só neste desejo ou tentativa e ao não estar só, sei que sou feliz, e não há nada mais a pedir do que isto.
Que todas as associadas e todos os associados e seus familiares, que todas as nossas amigas e nossos amigos se sintam abraçados à meia-noite do dia 31, com a consciência de que nunca mais estarão sós em qualquer momento ou em qualquer dificuldade.
Grande abraço,
Evandro Agnoletto – presidente ANBERR