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12.05.2023
Mães são seres complexos, multifacetados, ecléticos, esotéricos e impossíveis de serem conceituados. É uma mistura de todas as capacidades e faculdades reunidas em uma só pessoa, e todas elas têm este dom. Elas são enfermeiras, policiais, cuidadoras, promotoras, magistradas, cozinheiras, engenheiras, advogadas, bancárias, filósofas, professoras, costureiras, diaristas, feirantes, pedagogas, profissionais de limpeza, arrumadeiras, gerentes, diretoras, recepcionistas, organizadoras de festas, operárias, enfim, desempenham toda e qualquer profissão que se faça necessária ou inerente às suas funções. Mães são os únicos seres que adquirem todos os saberes sem precisar de qualquer graduação. As mães até esforçam-se para ter um comportamento democrático, porém, se chegarem ao limite da argumentação, resolvem a questão de forma dócil e carinhosa: "é assim porque eu quero e mando".
O que dizer de seres que, ao sentirem frio, determinam aos seus filhos que se agasalhem, e é absolutamente irrelevante se a temperatura estiver em 30 graus? Como definir seres que ao terem um mau pressentimento ou sonharem que um dente caiu, proíbem os seus filhos de saírem de casa, mesmo que o não sair custe um dia de aula, o emprego, um namoro ou uma viagem desejada por anos? Como definir esses seres que desenvolveram a capacidade de dormir com um olho aberto e outro fechado, todas as vezes que os seus filhos saem nas noites para se divertirem? Que reconhecem os passos das criaturas a cem metros de distância das portas das casas? Talvez sejam uma mistura da samoieda Zola com lobas e vigias noturnos, não sabemos.
Mães são uma mistura de coach e trainee, mas de tempo integral. Mães são as únicas pessoas que compram presentes de natal para todos da família, inclusive para elas, e quando abrem os seus, demonstram surpresa, emoção, e arrematam com aquela sentença definitiva e costumeira: "muito obrigada, não precisava ter tido o trabalho".
Mães tem olhos de águia, veem muito mais que os não mães, deslumbram e vaticinam o futuro, e mesmo quando se equivocam, estão certas; uma espécie de deusas que sabem o que acontecerá, e caso não ocorra, foi porque lhes passaram dados incorretos ou informações não completas. Podem também desenvolver um certo tipo de surdez, em graus variados que vão do leve, quando concordamos parcialmente com elas, ou grave, quando discordamos fortemente delas. Oscilam entre o estágio em que os filhos têm todos os direitos, ao estágio em que os filhos têm dois direitos: o primeiro é não ter direito algum, o segundo é não poder reclamar do primeiro direito, e ambos os estágios são disciplinados pelos graus de surdez leve ou grave.
Resta apenas a pergunta que não quer, e nem pode calar: como seria possível viver sem as mães? Como poderíamos crescer, aprender e evoluir sem elas? Que tipo de vazio e tédio acometeriam as existências subjetivas sem esses seres tão extraordinários? Felizes daqueles que tiveram e tem mães, mas uma só, já basta, é o suficiente.
Parabéns para as associadas mães da ANBERR, para os pais que desempenham papéis de mães, e para as avós, mães em segundo grau, PHDs, da ANBERR.
Grande abraço
Diretoria e Conselho da ANBERR